Opiniões sobre o Sudário

Por Elbson Araújo do Carmo

A ciência vem estudando o Santo Sudário há décadas. Equipes interdisciplinares harmoniosas e livres, ao estudarem o Sagrado Linho, têm a impressão que é a descrição figurada dos Evangelhos. O mistério que cerca o Sudário exige muita humildade, pesquisa e estudos sinceros, pois a responsabilidade é grande.

Grupo STURP

Este grupo era formado por 40 cientistas americanos, especializados nas mais diversas áreas: biologia, genética, química, física, entre outras. Os diversos estudos e testes realizados comprovaram em vários aspectos a autenticidade do Santo Sudário, e os resultados foram oficialmente divulgados após a reunião de encerramento, convocada em maio do ano 1981, em Nova Londres. Apenas um dos componentes do grupo afirmou que o Sudário era uma falsificação, Walter McCrone, mas seu embasamento teórico era falho e este sequer compareceu às reuniões para defender sua tese. Enfim, o Grupo STURP foi fundamental para precisar a veracidade do sangue humano encontrado no Sudário e, sendo assim, a vida e morte de Cristo.

Opiniões

O Pe. Giuseppe Ghiberti, teólogo de Turim, assim se manifestou sobre as pesquisas de 1966: “Creio que, antes de mais nada, toca à ciência avaliar esta última descoberta. Se fôr tida como genuína, as conseqüências da mesma não serão desprezíveis. Ter-se-á uma nova modalidade de evidência histórica que até hoje nenhum documento escrito e nenhuma peça arqueológica nos proporcionaram”.

O Cardeal de Turim e Guardião do Santo Sudário, Giovanne Saldarini, após as pesquisas, declarou: “Ninguém jamais tentou servir-se do Sudário de Turim para provar a fé cristã. A fé não se funda sobre imagens, nem sobre relíquias, nem sobre descobertas científicas. Doutro lado, se se pode demonstrar que o Sudário reproduz realmente a imagem de Jesus Cristo, os não crentes terão mais dificuldade para sustentar a incredulidade”.

“A imagem, acentua o Cardeal, nos apresenta o seguinte problema: estamos nós contemplando mera criação artística, ou, ao contrário, a verdadeira figura de Jesus como era após a sua Paixão e Morte? Esta não é uma questão de fé. Os fiéis gozam de absoluta liberdade para crer ou não crer nos dados fornecidos.”

Ítalo A. Chiusano – escritor – “Para mim, depois da publicação do resultado do negativo do exame com o C-14, a questão do Sudário se torna uma questão aberta. Agora o ônus da prova compete aos cientistas. Tocará a eles explicar-nos todas as questões: dos pólens, da tridimensionalidade, do negativo, das coincidências históricas e arqueológicas, das moedas de Pôncio Pilatos sobre os olhos do cadáver, da ausência de decomposição, da impossibilidade de que ele tenha sido pintado etc. Os cientistas terão, portanto, muito trabalho. Trabalho tão longo que, antes que termine, talvez apareça uma prova de que esse lençol é do tempo de Cristo. E então não comemoraremos vitória como fizeram os ‘carbonistas’ (do carbono-14), mas agradeceremos humildemente ao Senhor e saberemos que essa é, em todo caso, só uma imagem do Filho de Deus, que não tem necessidade de imagem porque seu Sudário está dentro da alma de cada um de nós.”

Lamberto Schiatti – Jornalista e Sacerdote – “Resta a pergunta: ‘E vós, quem dizeis que eu sou?’ Por isso, o Sudário continua a apaixonar a opinião pública, desafiando a ciência e provocando crentes e não-crentes com o fascínio de um mistério que cada um queria ver definitivamente descoberto. No silêncio da morte, o Homem do Sudário interpela a humanidade como Cristo, há dois mil anos: ‘E vós, quem dizeis que eu sou?’ A resposta não é fácil, porque reconhecer Cristo morto e ressuscitado significaria abalar a existência. O Sudário, como Cristo, não tem pressa. Parece não temer o tempo. O ‘sinal de Jonas’ não se impõe. Tem paciência e espera. Não pode ser cancelado. É mudo, mas interroga-nos com seu silêncio. O Sudário se cala, mas faz a ciência falar.”

Ignazio Del Vecchio – padre passionista – “Podemos também acrescentar que, para os tempos modernos, o Sudário é o que foram a estupendas catedrais e maravilhosas esculturas e pinturas para os tempos passados: um grande ‘livro’, mediante o qual todos, indistintamente, são introduzidos e levados à compreensão do maior mistério da humanidade, o do amor e do sofrimento de Deus”.

“Parece, – continua o padre passionista, – que Jesus repete aos estudiosos atônitos as palavras que dirigiu ao incrédulo Tomé, na noite da oitava de Páscoa: ‘Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos; estende tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê’ (Jo 20,27). Nessa altura, é necessário que o espanto da ciência dê lugar às ‘maravilhas’ da fé. Não basta preparar a lista dos sinais dos sofrimentos presentes no Homem do Sudário. Não basta a veracidade das marcas, e não é suficiente afirmar que a figura impressa nesse lençol é a do Jesus histórico. É necessário acrescentar, por exigência de honestidade, que se trata do Cristo da fé, daquele que venceu a morte e ressuscitou. É certo que o Sudário nunca pretendeu provar a ressurreição de Cristo. Sabemos que a prova decisiva da ressurreição nos vem exclusivamente da Sagrada Escritura, da tradição apostólica e da Igreja, à qual damos nossa adesão de fé. Mas, desde que o Sudário se apresenta corno o pano autêntico que envolveu o corpo de Cristo descido da cruz, já não podemos tirar-lhe um título, ao qual ele tem direito: se ele ‘conheceu’ Cristo morto, ‘conheceu’ também Cristo ressuscitado. Seu papel pode, pois, ser chamado de testemunhal. Será talvez por isso que o mistério da ressurreição, acolhido por um ato de fé, atinge-nos com vibrações novas e com intensidade ampliada. Deve-se, por isso, admitir que é necessário estabelecer com o Sudário um diálogo assíduo, sincero e livre de qualquer recusa preconceituosa. Um verdadeiro diálogo de fé. É necessário ouvir o convite de Jesus aos seus contemporâneos incrédulos: ‘Crede, ao menos, por causa dessas obras’ (Jo 14,11). E as maravilhosas obras de Deus não são nem poucas, nem pequenas. O Sudário oferece uma resposta documentada e providencial à profunda necessidade de devoção cristológica ‘moderna’. A nós, cristãos, cabe o dever de acolher, preservar e difundir esse testemunho.”

Papa Paulo VI – “Olho esse rosto e todas as vezes que o olho, o coração me diz: é Ele. É o Senhor.” Dizia ainda: “Grande sorte, portanto, a nossa, uma vez que essa figura do santo Sudário nos permite contemplar alguns traços autênticos da adorável figura física de nosso Senhor Jesus Cristo e socorre o nosso desejo, hoje tão ardente, de poder conhecê-lo também visivelmente! Recolhidos diante de tão preciosa relíquia, crescerá em nós, crentes ou profanos, o fascínio misterioso dele, e ressoará em nossos corações a admoestação evangélica de sua voz, convidando-nos a procurá-lo onde ele ainda se esconde e se deixa descobrir, amar e servir em figura humana: ‘Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes’ (Mt 25,40)”.

Cardeal Anastásio Ballestrero – “Sabemos que, no Sudário, a imagem misteriosa do homem crucificado impressiona. É um sinal ao qual podemos nos referir para tomarmos mais viva nossa meditação sobre a paixão e a morte do Senhor. Um sinal no qual podemos inspirar-nos para vermos nesse homem crucificado não só o Senhor Jesus, no qual cremos e que amamos e adoramos, mas também todos os irmãos crucificados, aos quais estamos ligados pela caridade do Evangelho e nos quais podemos e devemos amar o Salvador.” … “A torturada imagem do Sudário pode tomar-se o retrato de cada pessoa que vive na fé sua paixão pessoal, aceitando sua dor, e compreendendo o fermento de esperança e o poder de transfiguração que a Cruz oferece à vida. O Homem do Sudário, nu, sem nenhuma soberba, sem nenhuma arrogância, sem nenhuma violência, interpela-nos com a sacralidade da dor e com a majestade da paz, e, por assim dizer, constrange-nos a sermos melhores. Esse rosto nos traspassa e nos seduz!”

Papa João Paulo II – “Uma relíquia extraordinária e misteriosa, e, – se aceitarmos os argumentos de muitos cientistas, – uma testemunha singularíssima da páscoa, da paixão, da morte e da ressurreição. Testemunha muda e, ao mesmo tempo, surpreendentemente eloqüente!”.

Escritor Françóis Mauriac – “Naquela mísera carne, saída de um abismo de humilhações e de torturas, Deus resplandece com uma grandeza suave e terrível, e aquele rosto venerável pede talvez mais adoração do que amor.”

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