Ajuda divina para vencer Copa em casa
Filho do Pai, INRI CRISTO minimiza a força do Papa Francisco e intercede a Deus para o Brasil chegar ao hexa
Por Hugo Perruso, publicado em 28/06/2014
Brasília – Se os argentinos contam com o Papa Francisco para vencer o Mundial, os brasileiros têm o Filho do Pai. É o que garante Álvaro INRI CRISTO Thais, o INRI CRISTO. Filósofo e líder espiritual, ele diz ser a reencarnação de Jesus e acompanha os jogos da Seleção dentro da Suprema Ordem Universal da Santíssima Trindade (Soust), instituição criada em 1982, com sede no Gama. De olho na TV, Inri diz não ter o poder de influenciar o jogo, mas de interceder ao Pai para pedir uma ajudinha.
“Torcedor pode pedir. Eu peço ao Pai que abençoe o Brasil e que aconteça o melhor para o país e seu povo. Se o melhor é ganhar a Copa, que assim seja. Mas não sou eu que decido”, avisou.
Mas o Papa Francisco também não poderia pedir uma “mano de Dios” a favor dos hermanos? Afinal, até o San Lorenzo, seu time, conquistou um título argentino em 2013. Inri não vê por esse lado.
“Engraçado, né? Em 1978, os argentinos tiveram ajuda do dinheiro e dos conchavos políticos para serem campeões e agora… Não faz diferença. Papa para mim é batata em espanhol. Não depende de Papa, papa frita, papa crua. Depende do poder de Deus”, garantiu Inri, avisando que o torcedor pode contribuir: “Se o povo quiser ver a vitória, invoque o Pai no quarto, de porta fechada. Fale com Deus, de olhos abertos, peça o que quiser. Não só no futebol.”
Goleiro na infância por não entender muito bem as regras de quando um jogador podia colocar a mão na bola (em um lateral ou para bater falta), Inri diz não ter um time de coração. Na Copa, só não queria ver Brasil x Chile, pois foi em Santiago, em 1979, que, garante, teve a revelação de que é a reencarnação do filho de Deus, após dias de jejum. Mas não haverá dúvida na hora de torcer.
“Nunca fico divido. Peço ao Pai que inspire os filhos que vão jogar, que sejam bem civilizados, educados e joguem limpo.”
Apesar de não entender todas as regras, Inri diz saber o motivo da queda prematura da atual campeã Espanha.
“A Espanha é um povo muito nacionalista e coincidiu de o rei (Juan Carlos) abdicar do trono antes da Copa. Eles já vieram com a mente derrotada”, analisou o Filho do Pai.
Confira outras respostas de INRI CRISTO sobre futebol e Copa:
Prefere Neymar, Cristiano Ronaldo ou Messi?
Dos três, o Neymar é o que tem o coração mais puro, apesar de já estar no sistema, que ainda não entendeu. Quando se conhece o sistema, com tantas coisas ruins por baixo dos panos, é ruim, o jogador fica com a mente ocupada e isso o enfraquece.
Gostaria de ver o Brasil campeão?
Fica o enigma: Eu quero o melhor para o Brasil. O povo que decide o que é melhor. Não só na Copa, mas para o dia a dia. Afinal, o novo reino de Deus é aqui.
A torcida pode fazer a diferença para o Brasil?
A pressão é preocupante. Mas a torcida pode fazer muito bem para Neymar e o time. A torcida atua diretamente no sistema nervoso dos jogadores. Se for só pela vitória, haverá vitória, mas se a torcida for amedrontada, enfraquece o jogador. Aí ele entra preocupado. Se já entrar com pressão grande, pode escorregar no quiabo.
Já sabe quem será o campeão?
O campeão não será necessariamente o vitorioso. Aí está a charada. E o ganhador da Copa não será necessariamente o campeão.
Os europeus não foram bem nessa Copa. Isso é bom?
Dá uma alegria. Se analisar pela ótica sociológica e histórica, você vê que os países sul-americanos têm gostinho pela vitória porque foram colonizados outra hora pelos europeus, que agora apanham. O mundo dá muitas voltas.
O que achou da organização da Copa no Brasil?
Eu me recuso a crer que, segundo vejo na mídia, gastou-se não sei quantos milhões em obras. Prefiro fazer vista grossa porque não é possível enquanto vemos nos corredores dos hospitais as criancinhas esperando a morte.
O que não gosta do futebol?
O demônio da ansiedade prejudica muito a relação entre as pessoas. Essa é a parte melancólica do futebol. Gostaria que jogassem sem a ânsia pela vitória. Não importa o resultado. O gesto dos jogadores de cumprimentar antes e depois das partidas deveria valer durante também.
Na infância você jogava futebol?
Nunca entendi por que às vezes os jogadores colocavam a mão na bola (nas faltas ou em laterais). Pode explicar? Por isso optei por ser goleiro. Não precisava sair correndo, ficava atento para defender, com os olhos como limpador de para-brisas. Eu não me lembro de ter passado uma bola (risos).
Fotos: Ernesto Carriço
